Poucos contos e alguns trocados.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Impressões sobre Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas Pai


Eu devo ter batido algum recorde ao ler esse livro. Ele tem 510 páginas e eu o devorei em menos de três dias! Peguei na biblioteca no dia 17 à tarde e terminei no dia 19, ao meio dia. (Tudo isso de julho).

Como esperado, o livro é absolutamente foda!

Conta a história de d'Artagnan, cujo sonho é ser mosqueteiro. Ele vai a Paris tentar a vida, e acaba se envolvendo em uma trama visando prejudicar a rainha. Lógico que acontecem muito mais coisas (o livro tem mais de 500 páginas, né), mas o principal é isso.

D'Artagnan lembra aquele estereótipo de protagonista que é infantil e virjão e, de repente, se torna absolutamente foda. Não lembro de ele ser derrotado em nenhuma luta! Isso que, no início do livro, ele tinha só 19 anos (um guri, segundo todo o mundo que fala dele). Além disso, ele vira um baita pegador (as minas caem de boca em cima dele). Lógico que o livro foi escrito no século XIX, e, naquela época, esse estereótipo não era tão comum (falo um pouco disso no post sobre o Harry Potter). Além disso, ao contrário do Homem Aranha, que ganha poderes e passa a ser the fucking hero do nada, o d'Artagnan foi muito bem treinado pelo pai, que havia sido mosqueteiro.  O que ficou bem a esse estilo é que, no início do livro, ele é impulsivo, puxa briga por pouca merda, e depois fica absurdamente cauteloso - do nada.

Enfim, eu fiquei o tempo todo esperando o Galvão Bueno gritar "luta muito esse menino d'Artagnan!".

Os três mosqueteiros, Athos, Portos e Aramis, que dão nome ao livro, são três amigos inseparáveis que aceitam d'Artagnan no trio (que passa a ser um quarteto, a menos que meus professores de matemática tenham me zoado) e que recebem, a meu ver, pouca atenção, comparado com o quanto é falado do guri. E eu imaginei três bonitões, me desculpem.



Athos, é, dos três, o que tem mais importância na trama. Ele é elegante como um príncipe, inteligente, calado, manja das boas maneiras e tudo o mais. Um gentleman, menos no episódio em que fica trancado em uma adega por uma ou duas semanas, por ter sido acusado de falso moedeiro pelo dono da adega em questão. Ele sai de lá parecendo um selvagem (não posso culpá-lo). Além disso, é o mosqueteiro que d'Artagnan mais admira, e com o qual trava uma relação de pai e filho. É o mais velho de todos (tem uns 36 anos, pelas minhas contas).


Aramis, o mais jovem de todos (21 anos), deseja ser padre (isso é muito engraçado). O episódio em que ele larga o seminário e se junta aos mosqueteiros é ótimo. Ele também escreve poesia e fala latim.


Porthos, o mais engraçado de todos, é glutão, vaidoso e, infelizmente, não recebe muita importância na trama. E a relação com a amante dele é hilária!

Milady de Winter 

(spoilers - selecione pra ler) Ela, ao contrário do esperado, é a grande vilã do livro - obviamente, é mais fácil acabar com ela do que com o fodão do Cardeal, que controla o Rei. A moça consegue a façanha de ser mais foda que o d'Artagnan! Faz coisas incríveis, sem saber sequer lutar com espada! 

Achei ela extremamente injustiçada, pois a sua saga começa por ela ser marcada como criminosa (ela tem uma tatuagem no ombro) feita por seduzir um padre, sendo ela também freira. Lógico, um crime puxa o outro e ela acaba fazendo absurdos só pra se safar. 

Eu também assisti a dois filmes relacionados a Os Três Mosqueteiros. Aqui vão minhas impressões sobre eles:


Os Três Mosqueteiros (2011) - Paul W.S. Anderson

Ideal pra desligar o cérebro. O começo é mais ou menos fiel, com d'Artagnan saindo da roça pra tentar a vida na cidade, mas depois descamba pra zoeira, com os quatro - os mosqueteiros mais o guri - lutando contra QUARENTA guardas (e vencendo!). E isso é só o começo dos absurdos.

Enfim, é um filme de ação, com cenas de lutas de espada, peleja no ar com dirigíveis, corrida pra recuperar a jóia da rainha, armas futuristas (e absurdas, como lasers protegendo um cofre!?)  e todos os clichês do gênero.

Como eu já disse, fraco, mas ideal pra sentar na frente da tv e assistir de boca aberta. 


O Homem da Máscara de Ferro (1998) -  Randall Wallace

Uma espécie de continuidade de Os Três Mosqueteiros (livro), com, óbvio, algumas alterações. Os três já deixaram de ser mosqueteiros (Aramis virou padre, e os outros dois se aposentaram) e d'Artagnan é capitão dos mosqueteiros. Eles se envolvem em uma conspiração (tramada por Aramis) para substituir o rei tirano por seu irmão gêmeo, que está na prisão.

O filme tem correrias e lutas de espadas, mas é muito mais inteligente que o primeiro que resenhei. Além disso, os personagens e a história são muito mais fieis ao livro (tanto que a Andy, que não terminou de ler, não entendeu algumas coisas - não expliquei pra não dar spoiler). Por isso, ele se torna mais digerível por quem já leu o livro.

É bem legal, mas às vezes é meio parado (tem diálogos bastante longos e mais complexos que o normal da tv).

P.s.:Eu gostaria de ter escrito um conto chamado Os Três Motoqueiros. Quem sabe saia.

P.p.s.: imagens catadas no Google