Poucos contos e alguns trocados.

sábado, 25 de julho de 2015

Blog novo

Fiz um blog novo pra minha mãe! Ela entra com receitas de comidas, chás, e outras coisinhas, e eu cuido do design e da revisão =D

Ele ainda não tá muito bom, mas vai ser aprimorado.

Esperamos a sua visita!

O primeiro post é uma receita deliciosa, de torta de frango com legumes hmmmm

E ainda tem pouquíssima gordura, ideal pra quem quer se manter saudável sem abrir mão de gostosuras!
Façam as contas: 1 colher de sopa de manteiga pra duas - isso mesmo, duas - tortas grandes. Cada um que comer vai consumir uma quantidade ínfima de manteiga. 

A mami é adepta de uma culinária com bem pouca gordura, então todas as receitas serão nessa linha - ideais pra quem quer baixar o colesterol sem abrir mão do sabor.

Ps: a torta tem uma versão sem lactose - basta usar margarina e trocar o leite por água. Aproveitem!

Acessem o Cantinho da Tia Darlete.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Tag 50 coisas sobre mim - Sobre cores

Tag 50 coisas sobre mim - Sobre cores
  1. Amo vermelho e tons pastel
  2. Odeio amarelo e laranja

Eu evitei pôr nos "fatos sobre mim" coisas como gosto/não gosto, mas essa passou porque é levemente estranho que alguém como eu, que ama tons pastel e cores claras, ame vermelho. A verdade é que eu adoro vermelho. É, disparado, minha cor favorita. Sempre foi. Quando eu era pequena, queria tudo vermelho e rosa, mas queria ser o Power Ranger vermelho (e nunca o rosa), o que me faz concluir que eu sempre gostei mais de vermelho. Minha mãe, quando consultada, confirmou isso. Naquela época, eu também adorava a Mônica, a gordinha de vestido vermelho.

Representatividade importa!


Além de amar vermelho, amo coisas vermelhas. Morango, melancia, cereja, corações e até o Inter são vermelhos. Por mim, todo o meu guarda-roupa seria vermelho. Isso, claro, é impossível, até porque roupas vermelhas são muito difíceis de se encontrar (principalmente que me sirvam) e eu ia ser apontada na rua. Enquanto esse dia não chega, vou comprando as peças vermelhas que consigo, e combinando-as da melhor maneira possível.

E, além desses problemas, tem o fato de que eu não resisto a rosa, verde menta e bege.

Ps: antes que alguém reclame do "tons pastel", aviso que a concordância está certa. Pastel é substantivo (aquela coisa deliciosa e gordurosa que se vende em feira) e está sendo usado como adjetivo, portanto, não tem plural. Tem um punhado de cores que são substantivos. Laranja, rosa, prata, ouro, lavanda, violeta, cinza, coral... Além, é claro, dos nomes compostos de cores. Azul-piscina, azul-céu, azul-turquesa, verde-oliva, verde menta, verde musgo, verde-limão, cor-de-burro-quando-foge, amarelo-ovo, cinza-chumbo e por aí vai.

Agora que eu postei isso, fiquei pensando por que "tom pastel" significa cor clara. Tipo, o que pastel tem a ver com rosa-calcinha? Em inglês, é "candy color", cor de doce, o que faz mais sentido, já que tem vários doces que tem uma cor pastel.


P.p.s.:Andei lembrando do rosa-cheguei. É uma cor composta com um verbo!

E, sobre o amarelo e o laranja:

Eu fujo. Não entendo muito bem, porque gosto de cores vivas, mas continuo achando feio. Só que eu gosto de amarelo pastel .-.

Bem clarinho.

sábado, 18 de julho de 2015

Tag: 50 fatos sobre mim


Eu estava rolando pela blogosfera e vi um post de 40 fatos sobre mim. Resolvi fazer, mas a Andy me disse que a tag era 50 e não 40. Eram só dez a mais, então resolvi fazer logo 50.

Pensei em, depois de postar isto, fazer uns posts explicando melhor alguns fatos, o que acham?


Enfim, chega de embromação e vamos ao post:

  1. Amo vermelho e tons pastel
  2. Odeio amarelo e laranja
  3. Meu pai já me pegou deitada no chão fazendo air guitar
  4. Devo ser a única pessoa no mundo que não gosta de dormir
  5. Adoro bordar, mas morro de preguiça
  6. Não consigo ficar parada sem fazer nada, me dá agonia
  7. Detesto costurar mangas e bainhas
  8. Amo gatos, mas não tenho costume de fazer carinho nos bichos
  9. Gosto de animes e mangás mas faz eras que não leio/assisto nada
  10. Odeio aberturas de animes
  11. Adoro dar presentes
  12. Odeio fazer exercícios físicos
  13. Não gosto das minhas fotos
  14. Não sei tirar selfie
  15. Sou uma rata de biblioteca
  16. Tenho a imaginação muito fértil
  17. Gosto de escrever, mas sou muito crítica com relação aos meus textos
  18. Sou apaixonada por "Os Três Mosqueteiros" e o meu personagem preferido é o Porthos
  19. Sou alérgica a quase tudo, inclusive maquiagem
  20. Tenho as unhas dos dedões dos pés bem encravadas
  21. Nunca roí unhas
  22. Adoro comer
  23. Adoro salada de cebola
  24. Sou viciada em chimarrão
  25. Gosto de rúcula
  26. Não gosto de sushi (até como, mas não gosto)
  27. Quando começo a comer, não consigo parar
  28. Sou pasqualete assumida
  29. Eu adorava matemática e física no ensino médio
  30. Nas aulas de teoria literária, aprendi a fingir que entendia
  31. Ainda não me acostumei com a nova ortografia
  32. Ainda não decorei as tabuadas de 7 e 8
  33. Adoro morfologia
  34. Sou professora de português, mas não sei dar aula de redação
  35. Não sei alfabetizar uma pessoa
  36. Amo ensinar
  37. Acredito que todos têm uma "cota de sorte" na vida
  38. Quando discordo de alguém, sempre saio pensando "e se ele estiver certo?"
  39. Meus sonhos (os que tenho quando durmo) são os mais bizarros possíveis
  40. Quando estou com algum problema, vou tomar banho. Sempre me vem alguma ideia.
  41. Sinto pouco frio
  42. Não suporto usar roupa de lã
  43. Sinto muito calor nas mãos e nos pés
  44. Adoro calor e sol
  45. Não sei me vestir (bem) no inverno
  46. Odeio mato (ir para lugares campestres, fazer trilha, andar no meio do mato, mexer em plantas...)
  47. Tenho preguiça de matar barata
  48. Tenho muita pena das pessoas
  49. Adoro ajudar os outros
  50. Odeio ter que pedir ajuda pra alguém

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Além da Vingança

Aviso: esse é um conto de terror. Eu já tinha achado a história pesada quando pensei nela, e, depois que escrevi, percebi que ficou mais pesada ainda. Talvez eu tenha exagerado. Mas enfim. Tem mortes, aparecem pessoas mutiladas e outros horrores comuns em filmes de terror. Se resolver ler, não diga que eu não avisei.

Eu tive essa ideia dentro de outra ideia maior, que foi descartada por falta de talento pra escrever meu mesmo. A história era sobre uma menina que conseguia ressuscitar o Machado de Assis nos dias de hoje. Ela levava o escritor para assistir a um filme de terror, e a história do filme é a do conto ora apresentado. 

Eu não ia escrever, mas fui incentivada principalmente pela Thainá Hank, que insistiu para que eu a escrevesse. Comecei esse conto três vezes, e ainda não estou satisfeita com o começo.

Enfim. Classificação +16, com ressalvas. Acho que não tem nenhum palavrão.

Além da vingança


Não havia palavras para descrever aquela mulher. Os xingamentos habituais eram ineficazes. Talvez nunca se invente um palavrão capaz de descrever alguém que se compraz em provocar ódio e humilhação em subalternos do jeito que ela fazia.

Lucas, porém, fora o mais ofendido. Ela não se contentara em fazer comentários sarcásticos sobre o peso dele e sobre as suas notas então lhe aplicou um castigo com o fim de ridicularizá-lo. O pobre rapaz só faltou chorar, mas, graças a Deus, se conteve.

Queriam vingança. Processo seria muito pouco. Foi aí que Tainá, a mais corajosa – ou a mais louca – sugeriu pedirem ajuda do além. Invocar um espírito para assombrar a inimiga.

A juventude e a raiva fizeram-nos concordar. Desejaram o pior espírito que pudessem invocar. Cada um se concentrou nisso e deram as mãos para chamá-lo.Demorou alguns minutos – eles chegaram a pensar que não tinha dado certo, mas aí a lâmpada começou a piscar e a porta bateu três vezes. 

Quando a luz apagou sozinha, Tainá gritou “está aí?” e o copo, sozinho, como por mágica, voou na direção do “sim”.

Apertaram mais as mãos.

-Queremos que nos ajude em nossa vingança!

Enquanto o copo se movia, houve um silêncio em que podiam ouvir seus corações batendo em uníssono. O espírito pediu, por fim, apenas o nome completo da nossa inimiga. Forneceram, tremendo.

Passou um vento gelado por eles e a luz voltou a acender, como que por milagre.

Nenhum deles voltou a falar do ocorrido naquela noite, nem no fim de semana que se seguiu. Na 
segunda-feira, porém, todos foram conferir se a professora estava dando aula. E, para o alívio deles, estava.

-Essa história de fantasma é balela – começou Leonardo, após a verem.

-Na hora, tu tava com medo.

-Eu fiquei, digamos, surpreso, com aquele copo se mexendo sozinho.

-Por falar em copo se mexendo sozinho, como isso foi acontecer, se não existe fantasma? – questionou Tainá, causando um arrepio em todos. Fizeram um silêncio de medo, que foi quebrado por Leonardo:

-Galera, não aconteceu nada com ela! Se era mesmo um espírito, tava zoando a gente.

À noite, Lucas encaminhava-se para casa, a pé, como de costume. Ele passava por uns becos meio desertos – já tivera medo  daquele caminho, mas não tinha mais. Naquele dia, porém, estava sobressaltado. O coração batia irregularmente e ele olhava em redor com frequência. Parecia que algo o espreitava. Andou mais rápido. Calma, Lucas, dizia para si, mas não conseguiu evitar o medo.

Deteve-se quando viu um carro parado na esquina. Começou a andar devagar, cuidando para seus passos não fazerem barulho na rua silenciosa. Quando passou pelo automóvel, lançou um olhar para dentro e não pôde segurar o grito.

No banco do motorista, estava uma mulher debruçada sobre o volante. Sua cabeça fora cortada mas ainda estava sobre os ombros, virada em 180º, com os olhos abertos e uma expressão de medonho pavor na face.

Havia sangue respingado pelos bancos, painel e até nos vidros, e, no para-brisa se lia “feito” em letras maiúsculas. O braço direito fora arrancado e o dedo indicador estava um pouco abaixo da letra “O”, como se ela mesma tivesse escrito isso com o próprio sangue.

Lucas, pálido, reconheceu a mulher do carro: era a sua professora. Aterrorizado, correu para casa, onde passou a noite em claro, febril e vomitando água. No dia seguinte, não foi à aula, mas seus amigos souberam do ocorrido pelo jornal e isso era assunto no colégio todo.

-x-x-x-x-

A professora tinha um único filho, Jorge, que, é claro, ficou muito chocado com a horrível morte da mãe.

O rapaz estudava em um colégio particular, onde era muito detestado, por ser irritante e mimado. Apesar disso, tinha alguns puxa-sacos que o seguiam aonde quer que ele fosse.

No fim, ele desejou se vingar do que fizeram à sua mãe. Chamou esses puxa-sacos e organizou um jogo do copo. Sequer sentiu medo, enquanto seus colegas tremiam:

-Quero vingança – bradou para o espírito. – Quero que esses malditos sofram como eu sofri. Mate as mães deles, na frente deles.

A assombração não respondeu e  sumiu, causando um vento gélido nos participantes da mesa.

-x-x-x-x-x

Na quinta-feira à noite, Helena estava no computador finalizando um trabalho quando a luz começou a oscilar. Quando o relógio bateu  meia-noite, o computador apagou de repente. Ela xingou um palavrão. Tentou reiniciar o aparelho, pressionando o botão start, mas não obteve sucesso. Tirou da tomada e contou até cinco. Foi então que abriu uma tela cinza chumbo. Começou a piscar o iconezinho de texto, como se fosse para ela escrever.

Assustada, a menina pressionou a tecla de espaço.

E começaram a surgir letras maiúsculas verdes neon, como nos computadores antigos. As letras formaram a palavra “vingança”. A garota conseguiu tirar uma foto com o celular, antes de a tela apagar, junto com todas as luzes acesas.

Apavorada, foi tropeçando até a cozinha, em busca de uma vela. Quando encontrou, suas mãos tremiam tanto que ela não conseguiu acender o isqueiro. Nem teve tempo. Foi agarrada pelo pescoço por duas mãos invisíveis. Debateu-se, mas não conseguiu se soltar. Procurou com as mãos  alguma parte vulnerável do corpo do agressor, mas não encontrou nada: ele era apenas as mãos.

Aterrorizada, ela levou as mãos ao pescoço, para tentar soltar as que lhe sufocavam, mas não conseguiu achar nada. O ar já lhe faltava quando sentiu uma voz preenchendo o ambiente:
“Não os deixarei em paz até que paguem até o último centavo”

Ela abriu bem a boca: queria gritar, precisava respirar. Debateu-se de novo. E aí foi arrastada até o quarto de seus pais, derrubando móveis, enfeites, quadros e tudo que se encontrava pelo caminho. Lá, eles dormiam placidamente. O fantasma prendeu Helena à parede com algemas invisíveis  enquanto puxava o corpo adormecido da mãe pela cabeça. Fez ele dançar pelo quarto, enquanto a menina chorava de pavor, sufocada ainda, embora já conseguisse sorver um pouco de ar. Ela gemia baixinho “pai, acorda, pai, socorro”, pois não conseguia gritar.

No dia seguinte, a polícia foi chamada pelo pai de Helena, que encontrara a esposa morta ao seu lado, com a cabeça virada em 180º e sem o braço direito, encontrado apertando o pescoço da filha desmaiada. Havia sangue por todo o aposento, e, escrito na parede, ao lado de uma foto da família, “vingança”.

A casa estava um verdadeiro caos, como se tivesse sido varrida por um furacão.

No celular da menina, foi encontrada a foto que ela tirara do monitor, em que parte da mensagem aparecia ao lado de um vulto azul brilhante.

Os amigos foram visitá-la no hospital, mas ela não conseguia falar, pois estava ainda em estado de choque.

-x-x-x-x-x

Na noite seguinte, Lucas pediu para dormir com a mãe. Ela achou graça de ouvir um pedido desses de um rapaz daquela idade, mas  lembrou-se do trauma que ele passara e concordou.

A mulher logo adormeceu, mas seu filho não fechou os olhos por um bom tempo. A cada barulhinho ele sobressaltava e levava a mão ao crucifixo do pescoço.

À meia-noite, ele cochilava um pouquinho quando acordou de repente, assustado. Seu corpo se movia sozinho. A mãe dormia inocentemente e Lucas foi obrigado a ver suas próprias mãos arrancarem o braço direito dela, com uma força que ele nunca teve. Ela acordou com a dor absurda e viu o filho com os olhos apavorados e o seu braço apertado entre os dedos.

-Lucas, o que você está fazendo, Lucas, pelo amor de Deus

Ele deu um tapa nela com a mão dela própria, com tanta força que a mãe foi jogada no chão.

-Lucas, olha pra mim, eu sou tua mãe, nunca te quis mal, eu te amo Lucas

Ele era obrigado a ver quem mais amava ajoelhada implorando pela vida, e ele próprio era o algoz. Aproximou-se dela e agarrou-lhe o pescoço, ela começou a se debater:

-Para, Lucas, pelo amor de Deus, quer matar a tua mãe

Conseguiu soltar, a mãe o empurrou, saiu correndo em direção da porta, gritando por socorro. Ele foi atrás, a mente lutando contra o corpo, sem sucesso. Nem falar ele conseguia. Alcançou-a antes de chegarem à sala, agarrou-lhe novamente o pescoço, asfixiando-a com os dedos, com uma força que não pertencia ao miúdo Lucas.  A mãe, desesperada, catou um vaso com o braço que lhe sobrara e o quebrou na cabeça do filho, abrindo um corte na testa. O pequeno Lucas desmaiaria com aquilo, mas agora ele estava possuído pelo diabo. Não desmaiou mas soltou a mãe, ela correu pra cozinha, atrás da chave do apartamento, foi perseguida e encurralada. Dessa vez, em lugar de asfixia, que demorava muito, Lucas torceu o pescoço dela, fazendo a cabeça fazer um ângulo de 180º.

Quando os vizinhos, alarmados com os gritos de socorro, arrombaram a porta, encontraram a mulher morta na cozinha, a casa cheia de sangue, que também fora usado para escrever “vingança” no janelão da sala e Lucas enforcado no lustre.

-x-x-x-

Leonardo, apavorado com os acontecimentos, comprou sal grosso no atacado e despejou nas soleiras das portas e janelas da casa, rezando padres-nossos, aves-marias e credos enquanto o fazia. Pendurou um crucifixo na porta de entrada e outro na porta do quarto dos avós, pois morava com eles. Também aspergiu água benta por toda a casa e fez um círculo de sal no meio do tapete da sala, onde pretendia ficar jogando vídeo-game para não dormir.

Perto da meia-noite, seu telefone tocou. Ele foi até o quarto buscar o aparelho, e o atendeu por lá. Era Tainá, preocupada:

-Por enquanto, aqui tá de boas – disse ele.

-Aqui também, mas estou morta de sono.

-Aguenta firme, guria. Sal grosso é infalível.

-Tu foi visitar a Helena?

-Sim. Ela tava na mesma, coitada.

-Contou pra ela do Lucas?

-Não. Achei que ia ser pior pra ela.

Conversaram por alguns minutos. Após desligarem, Leonardo voltou a seu posto na sala, e encontrou a avó varrendo o sal.

-Que bagunça é essa, Leonardo?

-Vó! O que a senhora tá fazendo?

-Limpando essa bagunça, claro. Por que tu fez isso?

-Vó, é quase meia-noite, a senhora tinha que estar dormindo!

-Com essa bagunça?

Ele suspirou. A pobre senhora tinha mania de limpeza, mas precisava impedi-la.

-Vamos fazer o seguinte: a senhora vai dormir e eu limpo tudo.

Ela ergueu a sobrancelha, desconfiada:

-Limpa mesmo?

-Sim, vó. Agora é melhor a senhora descansar.

A velhinha se deu por vencida e foi para a cama. Leonardo ajeitou como pôde o círculo de sal e voltou ao vídeo-game.

À meia-noite em ponto, sua avó voltou à sala.

-Eu já vou limpar, vó, relaxa.

A voz que respondeu não era dela. Era uma voz rouca e gutural, que sibilou:

- Vin-gan-ça

Leo ergueu os olhos, desgrudando-os da tela:

-Vó?!

A cabeça dela já estava virada em 180º:

-Vin-gan-ça

- VÔ, SOCORRO! – gritou o rapaz, encolhendo-se no círculo de sal. Ele sabia que não podia sair dali, a menos que quisesse morrer enforcado, como o Lucas. Talvez nem fosse uma boa ideia chamar o avô.

O corpo da avó, repetindo “vingança” mecanicamente, começou a destruir o que encontrava pela frente,  e a se mutilar, escrevendo vingança pelas paredes com sangue, com uma letra cada vez pior,  até que a palavra se tornou apenas garranchos ininteligíveis.

Leonardo, horrorizado, achou que aquilo estava indo longe demais. Começou a jogar coisas nela, que ignorou sumariamente. Então, ele resolveu jogar algo mais pesado: a TV. Levantou-se para pegá-la, mas, assim que pôs o pé para fora do círculo, a avó virou a cabeça em 180º de novo e avançou na direção dele, puxando-o definitivamente para longe do sal.

Ele chegou a principiar a palavra “socorro”, mas não conseguiu concluí-la. Seu pescoço foi torcido, e a cabeça, virada para trás.

O avô, de manhã, infartou ao ver a esposa e o neto com as cabeças invertidas e os braços direitos arrancados e a sala toda suja de sangue, com milhares de vinganças espalhadas pela parede.

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Tainá soube do ocorrido pelo jornal da manhã. O avô sobrevivera, mas ainda estava internado na UTI.

A casa da menina estava igual à do amigo, muito embora ela tivesse discutido com o pai e a madrasta por causa disso. Ela acabou lhes contando a verdade, mas eles não acreditaram, é claro, e brigaram com ela.

Tainá armou-se como pôde, e passou mais uma noite a esperar o fim da vingança.

Ela não ia se dar por vencida. Jamais.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Evolução em godê

Ultimamente não tenho feito tantos vestidos godê, porque gasta muito tecido (rs) e dá trabalho de fazer a bainha, porque é redondo. As minhas primeiras bainhas ficavam bem malfeitinhas por falta de experiência. Aqui vocês têm uma retrospectiva do meu trabalho em se tratando de saias godês.


Esse foi praticamente o primeiro vestido que fiz. Nas fotos está maravilhoso, mas, na vida real, ficou horrível. Estava tudo bem até eu tentar fazer a bainha da saia godê. O cetim não firma, é difícil demais, escapava toda hora e eu cheguei até a costurar um pedaço da alça do vestido junto com a barra! Em resumo, eu acabei com o vestido tentando fazer a bainha.  

Apesar de tudo, ele me ensinou um punhado de coisas e, hoje, fico feliz de ter errado tanto com ele.


Esses foram meus primeiros vestidos godê (que deram certo). Eles foram feitos de failete, um tecido pra forro que eu comprei em promoção por 2 reais o metro (ele normalmente custa 4 e poucos). Tive que fazer tudo duplo, senão fica transparente. Como eu estava traumatizada com o godê anterior, o tecido duplo me salvou pois eu não precisei fazer bainha (no vestido rosa, dá pra ver como eu fiz).

Agora eu acho eles estranhos, mas, no momento em que fiz, eu amei haha
Ainda tenho failete mas não tenho mais coragem de usar, olha o trabalhão que vai dar pra ficar assim esquisito. Pensando bem, agora eu estou mais experiente então talvez não fique tão estranho. Mas é melhor não arriscar. 

Nesse outro eu nem fiz bainha, de medo. Ele também é de cetim, mas um cetim bem melhor que o do primeiro vestido. Coloquei uma rendinha na barra, pra disfarçar. Eu fiquei muito satisfeita com ele (menos com a bainha). Agora que estou mais experiente, pretendo voltar nele e refazer a bainha, do jeito certo (falarei sobre isso mais adiante).

Esse é o Galadriel Mirror Dress, que também foi feito em failete, só que com uma camada de tule por cima. Eu sinceramente não gostei dele, ficou estranho (não gostei nem quando fiz). E ainda gastei horrores de tecido (não que fizessem muita falta, o tule custa uns 3 reais um metro com 2,5 de largura). Postei aqui porque também é godê, de certa forma, mas foi feito a partir de um molde catado na internet, e não no chute, como os outros. 

Na verdade, "no chute" não é bem o termo, eu sempre faço molde, mas alguma coisa eu sempre improviso, então é meio no chute. 


Depois eu ganhei esse tecido azul de bolinhas brancas da Camila, minha prima, (na verdade era um pedaço de viés) e ele virou duas blusinhas de Monster High (não tentem entender como fiz isso, só saibam que eu fiz). Foi aí que resolvi botar a mão no bolso e comprar tricoline - que acho que é o melhor tecido pra fazer roupinhas, que fica mais bonito. Comprei tricoline vermelho pra fazer uma saia que combinasse. Eu estava tão traumatizada com o godê que a primeira que fiz com aquele tricoline foi franzida. 

Eu não gostei dela, ficou parecendo um bujãozinho de gás. Até hoje, não sei onde foi que errei nela. Aliás, fiquei um bom tempo sem fazer saias franzidas depois dela. Enfim. Depois dessa tentativa fracassada, eu voltei ao godê. O resultado?

A bainha não ficou lá aquelas coisas, mas já tava dando pro gasto. E foi aí que comecei a fazer só saias godê. Tenho uma coleção razoável de saias godê para Monster High na minha caixinha de roupinhas de Monster High. 




E agora apresento o meu último trabalho em saia godê (trilha sonora de suspense):


(Sim, é um vestido de Barbie. Fiz porque tinha um punhado de Barbies nuas aqui em casa, e já estava engrenada fazendo vestidos das Twin Princesses). A bainha ficou praticamente perfeita, graças a uma treta que a prófis de costura me ensinou pra fazer bainha em coisa curva. Não, eu não pedi pra me ensinar fazer bainha em saia godê, ela ensinou porque estávamos pondo bolso no meu casaco e a beirada é arredondada. O troço é tão simples que dá até raiva! Basta fazer uma costura bem na beiradinha e franzir. O treco vai dobrar automaticamente e aí costura. Fim de papo! 

Enfim. Agora me sinto completamente segura pra fazer saias godê, bainhas em saias godê e o caralho a 4. Acho que vou comprar um cetim e refazer meu primeiro vestido, só de zoas. 

Espero que tenham curtido essa pequena retrospectiva. Eu adorei, me deu uma sensação boa de que meu trabalho valeu a pena.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Vestido(s) godê

Eu adoro costurar malha (com bastante elastano) principalmente porque não precisa botar velcro rsrs

As últimas que ganhei da Clarice, minha colega da costura, viraram esses vestidinhos divônicos:




Pausa pra fofocar



E agora uma selfie

"Eu pisquei, tira outra"

Essa boneca maior é a Megara, do Hércules da Disney e eu não gosto muito da cara dela (acho levemente estranha) mas o corpo é maravilhoso, com uma cinturinha finíssima (dá um trabalho fazer um treco justo) e peitões. Tenho duas dela, e uma eu resolvi doar. Infelizmente, não dei jeito no cabelo (vou tentar fazer um penteado decente antes de doar, porque doar com o cabelo zoado é sacanagem).

Enfim, acho que é isso. O que acharam dos vestidos? Vale a pena continuar fazendo esse modelo?

sábado, 4 de julho de 2015

As Mil e Uma Noites - Volume 1

Acabei o primeiro tomo de As Mil e Uma Noites, e, ao contrário da propaganda da Andy, não achei lá tudo aquilo. 

A história acho que todo o mundo conhece.Um Sultão - espécie de rei - casava-se com uma jovem a cada dia, passava com ela uma noite e mandava matá-la no dia seguinte. Tudo isso porque estava desiludido das mulheres pelo motivo mais velho do mundo - chifres. Cheherazade resolve pôr fim a esse ciclo de horrores e se oferece como esposa. Ela começa a contar histórias para o sultão, que resolve não matá-la até saber o fim. Mas a moça, esperta, prolonga as histórias por mil e uma noites, até que ele se apaixone por ela.

A Andy, na sua resenha,  fala de passagens extremamente machistas. Não é só o "Cheherazade era inteligente para uma mulher" a que me refiro. Tem uma história em que encontram uma jovem esquartejada dentro de um baú no rio. O Califa jura que vai enforcar quem fez isso. Encontram o culpado. Era o marido, que o tinha feito por achar que ela o traía. Como, logo após o crime, o sujeito descobre que ela era inocente, ele fica sofrendo horrores por isso, o Califa o perdoou. Imaginem.

Diz a Andy: "As pessoas se matavam por pouca coisa, e tinham um senso de justiça bem estranho." Realmente. Em algumas passagens, o sujeito é enforcado por matar alguém. Em outras, eles matam e não dá nada. Isso sem contar os Califas, reis e sultões, que mandavam enforcar e poupavam sem muitos escrúpulos. 

Outra coisa que me chamou a atenção é como as pessoas se guiavam pela aparência. Em uma das histórias, um rapaz é pego roubando e condenado a perder a mão direita. A sentença é executada ali mesmo, pelo guarda que o prendeu. As pessoas se compadecem do rapaz porque ele é de boa aparência e "certamente uma desgraça o obrigou a cometer um ato tão odioso". Em outra história, Badura, a princesa da China, acorda ao lado de um rapaz que não conhecia e se apaixona por ele perdidamente, sem que ele sequer acorde (!) só porque ele é incrivelmente lindo.

Separei algumas histórias dignas de nota:

Simbá, o Marinheiro. Eu achei um pé no saco as histórias dele (são sete as viagens que ele empreende), porque basicamente ele só sai para comerciar, naufraga, encontra canibais e consegue se salvar com muitas riquezas.

A História dos Três Calândares, Filhos de Rei, e das Cinco Damas de Bagdá - Uma das melhores histórias (tirando o final, em que todo o mundo casa e vive feliz pra sempre - indigno da história)

A História Contada pelo Alfaiate - Com um barbeiro absolutamente chato, que importuna um jovem. Se eu, que tava lendo a história, já queria dar umas porradas no barbeiro, imagino o rapaz. Depois, o Califa ainda atura as histórias do bendito. 

A História de Abu-Hassan Ali Ebn Becar e de Chemselnihar, Favorita do Califa Harun al-Rachid - Uma história de um casal que se apaixona só de se ver e fica sofrendo horrores por amor, porque não podem ficar juntos. Tipo um Romeu e Julieta das arábias. 

A História dos Amores de Camaralzaman, Príncipe da Ilha dos Filhos de Kaledan, e de Badura, a Princesa da China - Mais uma de se apaixonar só de se ver. Mesmo depois de ficarem juntos, a história ainda continua e o primeiro tomo não mostra o final. Vou pegar o segundo só pra terminar essa. (E assim, deixo Cheherazade viver mais algumas noites).

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Twin Princesses

Eu recebi, semana passada, minha primeira encomenda. Dois vestidos iguais (ou quase) para duas meninas gêmeas, filhas de uma colega minha da costura. Fiquei felicíssima. Ela queria um vestido de princesa (longo) baseado neste aqui:

Não gosto de fazer vestidos longos, mas era o pedido, né?

Eu já tinha feito um de Barbie baseado nesse modelo, que ficou desse jeito:

Foto péssima


Enfim. Fiz. Saiu assim:



 Eu amei <3

Os dois já foram para as donas mas eu acho que vou fazer assim, longos, para as minhas Monster High, de tanto que eu gostei.