Cenas de Itapema #1: anoitece |
Outro dia eu fui pra Itapema (pra quem não conhece, é a
praia mais gaúcha de SC – ah, vai o povo de Chapecó pra lá também) aí ficamos
caminhando no calçadão e tals, bem de turista, e, quando paramos pra comer um
milho verde, eu vi um piazinho de camiseta amarela com uma caveirinha fofa de
pirata estampada brincando na areia (o piá tava brincando na areia, não a
caveira e muito menos o pirata). Confuso? Tá, eu reescrevo.
Quando paramos pra comer milho, eu vi, brincando na areia,
um piazinho com...
Não, péra. Quando paramos pra comer milho, eu vi um piazinho
brincando na areia. Ele usava uma camiseta amarela com uma caveira de pirata.
Ufa.
Melhorou.
E aí eu tava dizendo que o piá de camiseta amarela tava
brincando de fazer castelinho de areia com um
cara que, eu acho, era o pai. Afinal, quem além do pai se disporia a perder
tempo brincar com o guri (o meu não se dispunha – nunca superei isso).
Bom, a verdade é que, fazendo isso (ou não fazendo, uma vez
que ele não brincava), meu pai me poupou de uma baita decepção, como veremos a
seguir.
Tava lá o cara com a maior boa vontade do mundo, ajudando o
filho a fazer um morro castelo de areia, quando...
Pausa aqui pra explicar um detalhe: eles tinham uma forminha
de peixe (daquelas pra tu encher de areia, virar no chão e ficar um montinho de
areia em forma de peixe). Lembram disso?
O desditoso pai encheu aquele troço com areia molhada e
queria virar em cima do monte, digo, castelo. Acontece que o cara bateu, bateu,
socou, amassou o morro castelo e nada da areia sair. Isso que dá não
untar a forma.
Até aí, tudo bem, até porque isso é difícil mesmo, ainda
mais com areia molhada. O problema – e o que me chamou a atenção – foi a
decepção do guri. Ele ficou parado, empezinho, camiseta suja de areia, olhando
o pai ser cruelmente massacrado por um peixe plástico!
E eu fiquei olhando a cena. Se havia um pai mais foda que o
Superman, ele morreu naquele minuto. Como, pensava o guri, o meu pai, que luta
contra monstros e aliens, pode ser derrotado por uma forminha plástica?
E assim o superpai desaparece para dar lugar a um ser
derrotado que acabou por lavar a forma-peixe-assassina no mar.
Triste isso, não?
Ps.: depois, mais à noite, vimos golfinhos. (não, não deu pra fotografar eles, tavam muito longe)
Cenas de Itapema #2: Salva-vidas sem teto |
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