A Andy me marcou para fazer essa tag, e, como achei interessante, resolvi aceitar o convite. Vai ser bom chegar no final do ano e ver "pô, fiz coisas pra caralho".
Enfim, aí vai:
Então, esta tag foi desenvolvida pelo blog Memórias de Uma Guerreira.
Essa tag consiste em, no começo de cada mês, fazer uma lista de 5 a 10
metas para cumprir durante ele, de preferência que sejam fáceis de serem
cumpridas. No final do mês, fazer um post explicando quais metas foram
cumpridas e quais não foram. Se der tudo certo, no final do ano terá uma
lista de 60 a 120 metas cumpridas! uhu! Cada mês devem-se renovar as
metas.
REGRAS
Faça uma lista de 5 a 10 metas todo início de mês.
Volte ao final do mês com uma postagem comentando quais metas foram cumpridas ou não.
Então. Como eu só fui saber disso na metade de Janeiro, optei por fazer poucas metas e também para postar essas metas só no fim do mês, com seus respectivos comentários.
Metas de Janeiro:
1.Terminar minha toalha de abrolhos.
CONCLUÍDO! Eu peguei, no final do ano, uma toalha de banho enooooorme pra fazer abrolhos. Era tão grande que foi uma mão de obra só pra pôr as linhas. Demorei, demorei, mas consegui. Eis as fotenhas
Verde com rosa é tão <3
Draculaura, seu vestido de lolita e a minha toalha amada
Eu também bordei no barrado
Ainda tem as marcas que fiz pra centralizar o bordado
2. Pintar a unha 1x por semana.
Pintei a unha duas vezes desde que fiz as metas. Uma vez com o verde Maltês, da Risqué e outra com o roxo Sugar Kiss, da Panvel.
3. Terminar o Ivanhoé
Eu tava tendo trabalho pra terminar esse livro (quando elaborei as metas, eu ainda não tinha terminado o torneio do livro). Mas eu o li, e vocês têm a prova aqui.
4.Ler o Elric
O Marcel, do blog Geleiras, me passou o pdf desse livro no início do ano, mas ainda não tive condições nem de abrir o arquivo. Ainda pretendo lê-lo.
Metas para fevereiro
Finalizar uma toalha com abrolhos (pretendo fazer uma de rosto por mês, e me dar dois meses pra concluir uma de banho)
Começar o curso de costura (já estou matriculada)
Procurar um emprego (eu tinha anotado arranjar, mas acho que procurar é mais fácil)
Ler um livro (de um autor que eu não conheça)
Fazer um bordado (ponto cruz)
Pintar a unha uma vez por semana
Vestir uma boneca por semana (para doar)
Sendo assim, boa sorte pra mim!
E, sobre tagar blogs: não vou fazer isso porque já tamos em fevereiro.
Ivanhoé foi um livro que conheci em um dos meus estágios: o professor regente da turma o estava lendo, e falou sobre ele aos alunos. Fiquei interessada, pois ele disse tratar-se de um livro de cavaleiros, que serviu de inspiração ao Alexandre Dumas e no qual aparecia queima de bruxas, assunto que me interessa muito.
O fato é que eu não pude deixar de compará-lo aos Três Mosqueteiros e ao Dom Quixote, que ainda não tive tempo de resenhar aqui e do qual vou falar prodigamente nesse post.
Dom Quixote, despido das 680 páginas recheadas de proparoxítonas, latins e de uma sintaxe complicada, é, basicamente um desenvolvimento da ideia de que videogames deixam os jovens violentos. Explico. Dom Quixote é, na verdade, Alonso Quijana, que ficou doido de tanto ler livros de cavalaria e que resolveu se tornar um cavaleiro andante! Madame Bovary, de Flaubert - que abandonei- , também começou a trair o marido por sugestão dos livros românticos que lia. Nenhum dos adultos que repreendem os jovens por jogarem videogames ousaria, por um minuto, proibi-los de ler livros, como fizeram os amigos do Quixote, emparedando-lhe a biblioteca e queimando seus preciosos volumes - morri de pena nesse episódio. Mas, segundo penso, se videogames violentos são nocivos, livros, filmes, músicas e histórias (aqui inclusas as histórias da aula de história, cheias de guerras e de fome) também o são.
Eu, apesar de não jogar videogame nem ser chegada em filmes violentos, repudio totalmente essa ideia. Se um cara que assassinou a própria mãe tiver um exemplar de O Estrangeiro, de Albert Camus, na sua estante, o culpado do crime seria o livro? Evidente que não.
De qualquer maneira, Dom Quixote é muito mais do que isso. É uma paródia dos romances de cavalaria, tão comuns na época. Assim, Quixote se comporta de uma maneira.... Quixotesca, pagando de defensor dos fracos e oprimidos o tempo inteiro! Ele imagina que cada moça que passa diante dele é uma donzela indefesa precisando de ajuda, que um cortejo fúnebre é um homem sendo levado prisioneiro por malfeitores e por aí vai. Adianto que o episódio dos moinhos de vento sendo confundidos com gigantes é a mais sem graça das (des)aventuras do nobre cavaleiro.
O livro inteiro é um profundo sarcasmo com todos esses modos de cavaleiros que saem à cata de aventuras. Ainda lembro dele quando ouço Rhapsody, minha banda favorita, falando de dragões e feiticeiros.
E agora pensem como fiquei lendo Ivanhoé, cujo cerne é justamente o que Cervantes satiriza! (eu ri demais, ainda mais no começo do livro)
Pra vocês terem noção, Ivanhoé é um jovem cavaleiro, que acabou de voltar das Cruzadas na Terra Santa, onde esteve acompanhando Ricardo Coração-de-Leão e mais cinco nobérrimos cavaleiros, onde se mostrou extremamente valoroso. Tem uma moça órfã, Lady Rowena, que foi criada pelo pai dele, que é apaixonada por ele (e vice-versa). Aqui tem uma descrição da moça, pra vocês terem uma noção:
Traçando o prometido paralelo com o Dom Quixote, lembro a famosa Dulcinéia, inventada pelo Quixote para ser o objeto dos seus amores. Sim, ela foi inventada. O cavaleiro ouvira falar de uma donzela que parecia ser adequada e que morava na vila vizinha (El Toboso) e, baseado nisso, inventou a Dulcinéia.
Quando foram procurar por Dulcinéia, Sancho disse que ela havia sido transformada em uma lavradeira feia e que fedia a alho por um feiticeiro que odiava o Cavaleiro da Triste Figura.
Em seguida, acontece um torneio, que é vencido... adivinhem por quem? Exatamente!
Apelão é pouco pra esse cara
Quixote apanha horrores durante o livro, mas também vence algumas batalhas (!!!). Quando apanha ou é vencido, põe a culpa em feiticeiros e nigromantes que o teriam enfeitiçado.
Pra quem conseguir sobreviver ao torneio (até o fim deste, o livro é chato pra caramba), vão aparecer o bando de Robin Hood, um cavaleiro negro misterioso (só que não, qualquer um que ler o livro vai adivinhar facilmente quem é) que eu achei simplesmente o máximo (e o maior gato), um rival amoroso pro Ivanhoé, que também podia passar por irmão dele e o grande vilão do livro, um cavaleiro templário que faz coisas como raptar a mocinha, duelar com o Ivanhoé, etc, etc, etc. e a formosa judia Rebeca, que simplesmente samba na cara do recalque de todos os marmanjos metidos a foda do livro. E adivinhem por quem ela se apaixona? Cês tão bem hoje, hein?
Pra dar uma noçãozinha do quão foda é a moça, eu fotografei umas passagens do livro que falam dela:
Ela realmente se mataria pra salvar essa galera. Ameaçou se matar quando o templário quis estuprar ela.
O velho bem que fazia de aceitar os conselhos da moça, ela era muito mais sensata que ele
Fiquei torcendo pra ela ficar com o Athelsthane, o amigo-irmão-rival do Ivanhoé, que inclusive tomou um ruidoso fora da Rowena (o Athelsthane que levou o fora) e que é responsável pela maior surpresa do livro (não vou colocar aqui pra não ter que pôr o aviso de spoilers lá em cima). Mas aí eu me lembrei que a Rebeca era judia e aí fiquei torcendo pra aparecer algo como "Rebeca se tornou a maior médica de que se teve notícia em muitos anos". Não aparece.
No Dom Quixote, tem uma guria que é quase tão foda quanto a Rebeca. É uma moça que tentam estuprar, mas ela simplesmente joga o sujeito dum precipício (!!!). Ela aceita ajudar os amigos do Quixote a levá-lo para casa, fingindo ser uma princesa que precisava de ajuda para retomar o seu reino.
O Ivanhoé, além de tudo isso, traz uma pretensa guerra civil, em que normandos (de origem francesa) e saxões (os ingleses propriamente ditos) se odeiam e cada qual deseja tomar o poder nessa Inglaterra medieval. Cédric, pai de Ivanhoé, é um dos saxões entusiasta de uma Inglaterra saxônia.
Enfim. O livro é cheio de obviedades, tanto que normalmente eu dizia "quer ver como o cavaleiro negro é o....?" e era. Nesse ponto, os Três Mosqueteiros é muito mais surpreendente, embora o D'Artagnan seja quase tão apelão e tão abençoado pelo protagonismo quanto o Ivanhoé.
Ainda sobre o Quixote: o livro é bem mais profundo. Traz uma interessante discussão sobre sanidade e loucura: quem seria o são? O pobre Quixote ou aqueles que vivem a fazer troça dele? Normalmente, o cavaleiro andante demonstra muito siso em seus discursos e conselhos, tanto que os demais personagens lamentam que um sujeito tão inteligente esteja louco. No final do livro, aparece um casal de duques, que começa a tratá-lo como um verdadeiro cavaleiro, só pra tirar uma da cara dele. É um pouco parecido com a galera que morre de rir dessas pegadinhas ridículas da TV.
* a comédia e a tragédia se entrelaçando com maestria. Afinal, existe algo mais engraçado e trágico do que um sujeito louco que tenta ajudar todo o mundo, com a melhor das intenções? Um dos episódios mais hilários do livro é um em que o Quixote resolve fazer penitência, ficando pelado em um bosque e fazendo malabarismos e cabriolas até que a Dulcinéia se digne a responder uma carta dele.
*o Sancho Pança, que não se sabe se é louco ou só crédulo (ele não é o sensato que sempre pintam. Acredita em tudo que o Quixote fala.) Ao mesmo tempo, é um pobre coitado que apanha mais do que o Quixote, sem deixar de segui-lo nem de ser fiel a ele.
*o sonho do pobre Sancho era ser governador de uma ilha, e ele consegue, graças ao duque, que resolveu lhe "emprestar" uma região, para zoá-lo. Antes de o Sancho partir, Quixote lhe dá várias lições de política, para que ele seja um bom governador. O escudeiro, inclusive, resolve o problema do sujeito que disse que ia ser executado. O negócio era o seguinte: um rei determinou que, na ponte de entrada do seu reino, instalassem uma forca e enforcassem quem mentisse. Um homem passou pelos guardas, indo na direção da forca. Os guardas lhe perguntaram o que ele estava fazendo. "Vou ser enforcado", respondeu. Os guardas não entenderam nada. O sujeito continuou "se eu estiver mentindo, podem me enforcar". Acontece que, se o enforcassem, ele teria falado a verdade e não poderia ser enforcado! Se não o enforcassem, ele teria mentido, e teria de ser enforcado!
Travou, né? Pois o Sancho burro resolve isso facim facim, graças aos conselhos do seu amo.
E aqui um trecho do Ivanhoé que eu TIVE que selecionar:
Eu conheço o Ricardo III. Li o livro do Shakespeare rs
Agora, a sonzeira nessa poha!
Dom Quixote - Engenheiros do Hawaii
Destaco aqui o trecho
"Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas"
Que faz alusão à famosa passagem do livro, em que o Cavaleiro da Triste Figura confunde moinhos de vento com gigantes (não, não são dragões) e ao fato de que ele se achava O cara que ia resgatar a cavalaria andante, que andava em decadência (a cavalaria andante que andava ba-dum-tss).
E ainda acho que ficaria mais fiel ao livro se o Humberto cantasse "por amor às calças perdidas".
Capa maravilhosa <3
La Leyenda de La Mancha - Mägo de Oz
Baixei hoje pra ouvir, outra hora falo sobre ele (senão o post não sai). Tem aqui.
Eu estava, outro dia desses, viajando pelo google images e encontrei esta camiseta maravilhosa:
Eu sou simplesmente apaixonada por essas duas cores juntas. E aí eu resolvi fazer igual, mas não achava uma masculina dessa cor (ela tinha que ser larguinha, e nenhuma feminina, a menos que seja plus size, ficaria larguinha em mim). Queria também sem estampa, pra Andy poder estampar como a inspiração.
Então, como eu normalmente sigo a lógica dos vilões dos filmes da Disney "se quer algo bem feito, faça você mesmo", comprei tecido da cor que eu queria e pus as mãos à obra. Saiu assim:
A Andy (ainda) não estampou minha blusinha
Sim, eu sou obrigada a usar sutiã porque tenho muito peito e sim, eu tenho espinhas, e sim, sou gordinha. Não, eu não sou de plástico
Enfim. Estou pensando na estampa que vou fazer nela (agora eu tou pintando também). Pensei em algo assim:
Resenha: O Chanceler de Ferro do Antigo Egito, de J.W. Rochester, psicografado por Vera Kryzhanovskaia.
Esse livro estava de boa na minha estante (pertence ao meu papi, na verdade) e, um belo dia, estando eu sem nada pra fazer, peguei pra ler.
Ele conta a história do José, filho do patriarca Jacó com a sua esposa preferida (Jacó foi o cara que serviu o sogro por 7 anos para poder se casar com a Raquel, mas o sogro deu a outra filha, Lia. Então, Jacó serviu mais 7 anos pra se casar com a primeira, a sua eleita.
José foi o único filho da Raquel e, portanto, era seu filho favorito. Os irmãos, loucos de inveja, venderam ele pra um sujeito que o levou ao Egito. Chegando lá, ele interpretou o sonho do Faraó e acabou virando seu favorito (do Faraó). Essa era a história que eu conhecia.
O livro em questão mostra um José orgulhoso e mala, além de feiticeiro (!). Exatamente. Enquanto ainda estava na tribo do seu pai, ele foi aprendiz de um sujeito chamado Schebna, que ensinou coisas como prever o futuro, interpretar sonhos, fazer venenos e antídotos e outras coisas. Schebna também previu um futuro glorioso pro Zé, em que ele seria rebaixado e depois ia encontrar a glória em uma grande civilização.
Ao ser vendido como escravo pelos irmãos, o José não se desesperou, pois conhecia a previsão do mestre, e começou a arquitetar planos para atingir o topo previsto. E aqui vem a parte que me surpreendeu: o sujeito era daqueles cujos fins justificam os meios! Ele enfeitiçou uma moça para aceitar o pedido de casamento de Putifar, o cara que comprou ele. Ela aceitou, mas acabou se apaixonando pelo Zé, que resolveu matar o Putifar, esperando que a moça se casasse com ele, que ficaria rico.
Só pensem! O plano dá errado e o Zé vai parar na cadeia, de onde sai ao interpretar o sonho do Faraó (aquele sobre os sete anos de fartura e sete de fome no Egito, como tem na Bíblia). E aí ele vira o favorito do Faraó, seu chanceler, e, na prática, o governador do Egito. Like a boss!
Então, negada. A história é muito foda, com muitas idas e vindas, sacerdotes, magos e revoltas. Sim, galera, tem um punhado de gente que sabe fazer magia no livro, e, inclusive, em duas oportunidades, o deus Rá se materializa pra conversar com os personagens. (!!!) Eu não li como registro de verdade, como muita gente normalmente faz com livros psicografados, até porque minha mente não consegue conceber como real surgir uma cobra do nada (sim, isso acontece).
Ah, e, falando em Cobra, em duas oportunidades o José luta com uma gigantesca cobra por seus poderes (!!!!!!) e vence! O seu prêmio é um talismã, uma pedra que possui o poder de fazer antídotos e ajudar nas previsões do futuro. Uma das utilidades da pedra mágica pode ser vista aqui:
E agora, um pequeno resumo das minhas impressões:
Gostei:
1. o livro não faz os judeus de coitados (EXATAMENTE! Isso é tão raro que né)
2. ninguém é 100% bonzinho nem 100% mau, nem mesmo a coitada da Asnath, esposa do José que apanhou (figurativamente) tanto dele quanto da classe dos sacerdotes, inimiga dele e aliada do pai dela
3. Tem um monte de homens maravilhosos (lindos)
4. Magia! Eu adoro isso.
5. Explicações sobre a cultura egípcia, inclusive citando livros de egiptólogos.
6. Alguns quadros reproduzidos:
Não gostei:
1. linguagem sem nenhuma preocupação estética. Isso não é um livro literário. Tem horas que fica difícil entender o que aconteceu por causa da linguagem.
2. Eles descrevem algum defeito do José e põem "como é próprio da raça semita". Aposto que Hitler pensava assim, galera.
O livro é legal, leiam porque vale a pena.
P.s.: pretendo ler a continuação, sobre o Moisés, e a parte da Bíblia que narra a mesma história.