Poucos contos e alguns trocados.

domingo, 16 de novembro de 2014

Camiseta do Ínter


Esses dias fui com a minha vó pra ela bater um raio-x (não era exatamente um raio-x, mas alguma coisa com a mesma função) e, na volta, passamos numa loja de esportes para comprar um vestidinho do Grêmio para a minha priminha que vai nascer. E eu acabei me comprando uma camisa do Ínter (claro né). Como era um tamanho masculino, passei a tesoura nela.

Aqui, algumas fotos que tirei do antes e depois:

Até a etiqueta com o símbolo do clube. Deu dó de cortar essa gola

Close na maravilhosa estampa
E agora, os resultados:

Depois eu "passei uma água" na camiseta (por sugestão da minha vó) e saiu tanta tinta que a água ficou parecendo gelatina de morango. Ainda bem que eu tinha cortado os vieses brancos, senão estavam vermelhos também.

Eu amei o resultado. <3

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ciao, Milão – Coleção Viagens e Bagagens – Risqué




No mesmo dia em que comprei o Mônica, comprei dois Risqué (achei por R$2,79 em uma farmácia aqui de Concórdia, que inclusive me cobrou vinte centavos a mais que o preço de etiqueta de um sabonete que eu também comprei lá. Eu até ia voltar lá pra reclamar (vinte centavos é pouca coisa, mas eles podiam ter botado o preço correto na etiqueta), mas até já tinha usado o bendito quando percebi. Optei por não ir, pra não me estressar mesmo, mas nunca mais volto na farmácia (não pelos vinte centavos, mas por respeito). A tempo: a farmácia se chama São João. Não comprem lá. Tem outras 8789987890 farmácias pela cidade, e  que não mentem o preço dos produtos. 

Bem, voltando ao esmalte. Ele veio embaladinho desse jeito:

Falarei do Ora pois, Lisboa em outra oportunidade





Um amado, né? Percebam que, no lado esquerdo da embalagem, tem desenhos representando todos os esmaltes da coleção (Portugal, México, Índia, Nova Yorque, Rio de Janeiro, Milão). O logo da coleção é muito fofo, com esse coraçãozinho e o avião (e o melhor é que ele aparece no vidrinho do esmalte, que não vai fora <3)

No lado esquerdo da embalagem diz “hipoalergênico”, ou seja, 3free. Imagino que estejam fazendo todos os esmaltes assim, agora. Já era mais que na hora, porque o tolueno é cancerígeno, né, gente? (Sim, eu uso esmalte mesmo sabendo disso).


Por último, eu gostaria de chamar a atenção pro aviso “Novo pincel – Aplicação perfeita”. Segundo andei ouvindo por aí, o pessoal das lojas de cosméticos estava reclamando com a Risqué porque os esmaltes vinham com o pincel todo zoado (meio despenteado, todo feio) e não dava pra pintar direito. 

Aí a galera ia trocar (porque né) e as lojas tinham prejuízo. Devem ter mudado os pincéis por isso. Não achei que ficou muito diferente do que era antes, só o cabo do pincel que ficou mais grosso. A mudança da tampa ficou boa e ruim ao mesmo tempo. Como ela não é redondinha, fica mais fácil de abrir. Mas, como está lisa, cai da mão muito mais fácil que antes.  Só porque ficou mais fofo. (E tem escrito Risqué em baixo relevo na base da tampa, só não consegui tirar na foto)

Aqui tem o verso da caixinha (e sim, tem os ingredientes em português! Tava mais que na hora de porem isso). 


Sobre a cor: eu comprei porque não tinha nenhum tom de marrom. Ele não é exatamente o marrom que eu queria, é meio avermelhado e, dependendo como olha, dá pra ver um leve ar de roxo. É bonito e talz, mas não é muito a minha cara.


Sobre a consistência: ele é cremoso, não fez bolinha e secou rápido. Eu lavei roupa à mão no dia seguinte ao que pintei a unha, e ele ainda está perfeito. Pintei terça-feira (hoje é quinta).

Resumo da ópera: minha vó amou a cor.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Mônica - Beauty Color


Mônica - Beauty Color

Esse post ficou meio atrasado rs, e eu já pintei a unha de novo. O próximo escolhido foi o Mônica, da coleção da Turma da Mônica, da Beauty Color. Tive que comprar, porque Turma da Mônica foi a minha infância e a minha cartilha, e fora que é um vermelho maravilhoso <3 Paguei R$3,90 no lugar mais barato que encontrei, uma loja de acessórios.

Ele também é hipoalergênico (3free) e a embalagem é um amor!

No verso da embalagem, a composição e etc. 
Aqui, ele desembaladinho:
Um amado, né?

Depois de toda a empolgação com essa fofura, eu pintei as unhas. Quanto à consistência, ele é bem líquido, tanto que praticamente pingava do pincel. Na primeira demão, ficou  rosado (um rosão pink) e, na segunda, ficou mais vermelho. Ainda assim, dá uma pinta de rosa-chegay-nessa-porra.
Além da consistência líquida, ele fez bolinha (argh, como eu odeio essas bolinhas!). Eu não uso óleo secante, então esperei bastante pra não borrar (os 3free demoram mais pra secar que o normal, dizem. Achei melhor não arriscar).
Não pretendo comprar outros esmaltes da marca. 
As unhas ficaram assim:





Mãos esquerda e direita, respectivamente. Na mão direita, o dedo anelar, cuja unha havia sido quebrada, fez uma micose (tinha uma feridinha ali, que começou a formar pus, que virou uma casquinha de ferida. Ela foi arrancada várias vezes, tanto de propósito como por acidente, e sangrava todas as vezes). A carne do lado da unha inchou inteira, desde a altura da unha até embaixo, na metade da largura. Ficou vermelha e brilhante. E doía bagarai.

Eu me apavorei, claro. Lavei um punhado de vezes com água quente (praticamente fervendo), vinagre e sal. Passei babosa quente. Agora (praticamente uma semana depois) que começou a desinchar. Quero repintar a unha, mas tenho medo de meter acetona na ferida. Vou deixar assim até sarar mais.




Esmalte Hello Kitty Copper Moon - Hits




O fato é que eu vim pra Concórdia sem um vidrinho de esmaltes e, assim que o que eu tinha nas unhas começou a descascar, eu comecei a ficar agoniada. E como ninguém tinha um vidrinho pra me emprestar (a galera aqui é chique, só faz unha na manicure), eu comprei um pra mim (já tou querendo comprar outro, pra trocar a cor). Comprei um da Hello Kitty, o vidrinho tem a forma da cabecinha dela, um amor. Paguei R$7,90 na Cosmetik Center aqui de Concórdia.  E ainda é 3free (sem tolueno, sem formaldeídos e sem DBP - Dibutyl Phthalate). Imaginem que eu pintei na segunda feira e ainda tá inteirinho! (bati as fotos na sexta-feira). E só usei uma camada (generosa, é verdade)!




Puro amor <3

P.s.: o próximo que eu vou comprar vai ser o Seda, da Ana Hickman.

P.p.s.: Domingo eu tirei o esmalte e, porque minha unha quebrou (exatamente na metade, e deu tipo duma micose no lado direito), cortei todas. chuif :'(

Tá doendo, mas acho que não dá pra culpar o esmalte, e sim a mim,  que fiquei cavocando a cutícula que ficou pra fora.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Almoço de Finados


No dia de finados, fui almoçar em Presidente Castelo Branco, uma cidade que fica bem no centro do mato. Apesar de tudo, o lugar é bem bonitinho.

Essa é a entrada (ou a saída, tanto faz) da cidade. Do outro lado da rodovia tem uma torre igualzinha
Na ida (de Concórdia para Castelo Branco) ou na volta, tanto faz de novo,  tem uns trechos de estrada bem feinhos (sim, piores que o que aparece na foto). E muitas plantações (de trigo e milho, principalmente) e mais mato ainda.

Sim, isso é uma plantação de trigo. Eles são bem mais baixinhos do que eu imaginava, e as folhas são azuladas
Ao fundo, mais plantação de trigo. Essa flor à beira da estrada é hortênsia (e o asfalto ruim em primeiro plano)

Caminho feito de mato e morro
No restaurante-hotel, chamado Acapi (curti, bem indígena), tem piscina, pesque-pague, buffet livre por pessoa, quartos (poucos, eu diria, mas todos com ar-condicionado), uns chalezinhos (não é chalé, são uns guarda-sóis de bambu em cima de uma mesa de madeira, pra sentar e ficar olhando o açude) e mais mato.

Totem na entrada (ou saída) do Hotel-restaurante - é uma pedra



Tem até parquinho pras crianças

Quartos com nomes de árvores

Piscina
 Fiquei fula da vida porque não me avisaram que era assim o lugar, e eu não fui de biquíni e chinelo

Essa foto ficou muito legal, brita com florezinhas de ipê que caíram e saiu o sapato da minha vó junto

Açude do pesque-pague. Ao fundo, dá pra ver um dos "chalezinhos" de que falei


 Infelizmente, não pudemos ficar mais tempo ouvindo o barulho da água no lago e relaxando porque meu avô queria tinha pressa pra voltar pra casa pra ficar na fila dos idosos.

Eu juro que não entendo porque ele faz isso. Tava tão bom <3



Essa foto ficou tremida mas eu amei

domingo, 2 de novembro de 2014

Post especial de Dia das Bruxas



Impressões sobre A Hora das Bruxas, de Anne Rice


Anne Rice é uma dessas autoras que ganharam fama de geniais apesar de ter escrito Best Sellers pra ganhar dinheiro. Ela também escreveu Entrevista com o Vampiro, que virou filme e que eu resolvi não ler por motivos especificados mais adiante.

  A Hora das Bruxas é imenso (são dois volumes enormes, que não têm fim e são seguidos por um terceiro, intitulado Lasher). Eu escolhi o livro devido à fama da autora.

O primeiro volume foi bem divertido, mas ele apenas situa os personagens (a história propriamente dita começa só no final dele). 

Tá, mas sobre o que fala o livro?

O primeiro volume nos apresenta aos personagens principais: Aaron Lightner, um velhinho agradável, investigador do Talamasca, um grupo que estuda fenômenos paranormais (leia-se bruxas, médiuns, etc.) desde o século XI. Eles compilaram a história das bruxas Mayfair desde que elas surgiram, no século XVII. 

 Michael Cury, um bonitão apaixonado por restaurar casas antigas e Rowan Mayfair, uma neurocirurgiã solitária que acaba pegando o bonitão. 

Cury teve uma experiência de quase morte, em que se afogou, teve visões, foi salvo por Rowan e ganhou o “poder” de captar impressões dos objetos ao tocar neles. 

Os três se encontram – óooooobvio – e toda a história da família Mayfair é revelada quando Aaron entrega ao Cury – e não Curry – os arquivos do Talamasca.

Desde o início da família, quando Suzanne Mayfair, uma parteira, mãe solteira e analfabeta, invoca um espírito – por ela batizado de Lasher – que passa a servir/ser servido pela família durante todas as gerações subseqüentes. Em troca de favores – como jóias, dinheiro, poder – a bruxa é obrigada a gerar uma filha que “herde” o poder de ver/controlar o espírito. Durante gerações, rola uma suruba, a tradição é mantida, a custa de estupros, assassinatos, roubos, fugas, manipulações, vodu, magia negra e incesto. 

Sim, o livro não é muito indicado pra gente de mente pura e estômago fraco. 

Agora, a história da família Mayfair faz total sentido pra mim. Mas, o que se segue – em especial o volume intitulado Lasher – é zoado pacas. 

Falando do segundo volume, o que acontece é, basicamente, o seguinte: Michael tentando entender o conteúdo de suas visões – Michael e Rowan apaixonados – Lasher tentando conquistar a Rowan – Casa da família sendo restaurada. E só!

      No finalzinho do segundo volume, Rowan fica grávida e finalmente é seduzida por Lasher. Ele consegue encarnar(!) no feto, que imediatamente nasce(!!) e se torna um homem adulto(!!!).  Os dois (ela e o piá que não é piá) fogem para a Europa, deixando o Michael Corno Cury quase morto boiando na piscina. 

Mas é no terceiro volume que a zoeira começa definitivamente. Rowan – desaparecida – envia amostras do seu DNA e do filho para um antigo colega seu analisar. O sujeito contata um famoso laboratório de pesquisa, que descobre que tanto o recém nascido quanto Rowan têm noventa e dois cromossomos (?!!!), o dobro de uma pessoa comum. E isso não é tudo – Rowan envia exames – tomografias, raios x, etc – feitos no filho em laboratórios que eles invadem na Europa! Além disso, o sujeito quer desesperadamente fazer um filho na própria mãe, que será o primeiro de uma raça que deve povoar a Terra.

E por aí vai. Enquanto isso, uma sobrinha de Rowan, chamada Mona Mayfair, de treze anos, que fora anteriormente descrita como uma criança, simplesmente SEDUZ o Michael (48 anos) e diz que tem relações sexuais desde os OITO ANOS. (Ela também foi pra cama com um velho tio de 80 anos).
Noção pra quê, né? 

Aaron também se decepciona com o Talamasca (que, aliás, começa a ser chamado de A Talamasca, coisa que me incomodou bastante – eu imagino que deva ser difícil pra caramba inventar gênero pra uma palavra que não existe no português, uma vez que, em inglês, deveria ser algo como The Talamasca, porque o inglês não tem gênero gramatical) que, do nada, vira uma espécie de conspirador. Eles fazem um monte de coisas que não são do feitio deles, o Aaron se desliga da organização e casa com Beatrice Mayfair... E o foda é que tudo isso é feito mas acaba meio no nada, sem explicação nenhuma. 

E tem a parte que fala um pouco das ambições e história do Lasher. Basicamente, esse número absurdo de cromossomos e o crescimento abrupto do bebê que Rowan deu à luz são características que compõem uma espécie diferente, não humana. Essa espécie, pelo que entendi, existia pacificamente, mas foi destruída pelo advento do cristianismo, que os consideraram demônios, cuja vida era cantar, dançar, beber leite e fazer sexo. 

Nos casos em que foi possível eles procriarem com humanos, o resultado foram homens e mulheres bruxos, que, ao se acasalarem, teriam filhos mutantes (ou não humanos, como vocês quiserem).

A família Mayfair, graças aos inúmeros casamentos consangüíneos, manteve esses 92 cromossomos a salvo e, assim, o nascimento de Rowan foi planejado por Lasher, que a considerou a bruxa ideal para pô-lo no mundo. (A tempo: Michael também tinha 92 cromossomos, pois era parente da família Mayfair, mas do lado errado da cama, se é que vocês me entendem).    

A verdade é que, seguindo a história, todas essas desgraças no seio da família aconteceram por causa da intolerância contra o povo maluco (que foi destruído, primeiro pelos romanos, depois pelos cristãos) e pela insânia da inquisição, que levou o padre a mostrar para a Suzanne como se invocava um demônio – “não faça isso, filha, parteiras são mais sujeitas à tentação do diabo” - e que condenou Suzanne e Deborah à fogueira.

E os sofrimentos das gerações posteriores de bruxas também foram causados por culpa instituída pela Igreja Católica: “ele é o diabo”, “isso é pecado”, etc, etc.

Outro problema que encontrei no livro é que o Lasher (encarnado) estupra a Rowan várias vezes (seguidas, inclusive), e o narrador descreve ela sentindo prazer! Gente, pelo amor dos deuses!E o estupro não é ruim somente porque machuca. Há uma série de outras coisas envolvidas aí, como a própria sensação de humilhação, impotência, fracasso, culpa e não somente a agressão física. Todas essas coisas são apagadas em prol de uma sensação puramente material (o que é simplesmente o cúmulo do absurdo, ainda mais porque o Lasher era filho dela). 

E aí (spoiler) Michael simplesmente mata os dois investigadores do Talamasca que foram atrás do Lasher para estudá-lo, mata o próprio Lasher e Rowan assassina a filha que ela própria teve com o demônio. 

Agora, eu pergunto: o problema começa justamente por que não há tolerância com as criaturas e a solução é matar todo o mundo! (E a única galera que sempre foi a favor de observar as coisas sobrenaturais sem preconceitos) Tá zoando, né?

O primeiro livro é legal. O segundo, enrolado até dizer chega. O terceiro, além da zoeira das explicações “científicas”, tem esse final péssimo e abrupto. A explicação é beeem simples: a história – ou a autora – só teria fôlego pra um livro (ainda mais daquele tamanho), mas os livros seguintes foram feitos por motivos já e$po$to$ a$$ima.

Enfim, em palavras muito simples, é uma espécie de Crepúsculo muuuuito mais pesado – e com direito a final hollywoodiano ou de novelas da globo, onde tudo que incomoda é simplesmente eliminado, mesmo contrariando tudo o que foi mostrado no livro inteiro. 

Resumindo: não curti.
 
Livro Lasher com o filtro Mayfair do Instagram: sim, tem um filtro chamado Mayfair no Insta. Ele nunca mais vai ter o mesmo significado pra mim.


Sobre as bruxas: Momento Literário

A linhagem líder da família Mayfair é chamada de “bruxa”, inclusive pelo Talamasca, que tem a política de não-interferência e nem julgamento dos fenômenos sobrenaturais.

Todas elas são bruxas, inclusive Rowan, que, apesar de ter “poderes”, nunca se dedicou a fazer magia. 

A definição de “bruxa” do Talamasca é a seguinte: “a bruxa é uma pessoa que tem o poder de atrair e manipular forças invisíveis.” – Não explica, porém, quais forças são essas. Possivelmente, espíritos, demônios e afins, porém, Rowan é capaz de matar pessoas apenas com a sua vontade. Esse poder não está relacionado com o Lasher, uma vez que ele estava acompanhando a mãe dela, Deirdre, enquanto a filha fazia das suas. Quais forças invisíveis ela manipula para fazer isso? Ou isso é alguma outra espécie de poder, o que retiraria a classificação “bruxa” dela?

Imagem que catei na net. Eu peguei essa revista na biblioteca, assim como os livros
A Mundo Estranho (Ed. 130) considera magia “rituais elaborados para mudar o curso natural dos eventos”. Essa definição exclui a Rowan e boa parte da família Mayfair da classificação. Algumas não, pois usam o espírito para conseguir dinheiro, se vingar, prever quais ramos do comércio serão mais lucrativos e escambau. As excluídas, como eu disse, são uma espécie de mutantes, pois são capazes de ler pensamentos, prever o futuro, etc e tal, mesmo sem a ajuda do Lasher. (X-men é nóis)

Essa imagem eu catei na net, mas eu tenho esse livro. A crônica Caça às Bruxas  veio dele. Nela, o Veríssimo fala sobre a censura da Ditadura, mas dá pra aplicar isso à Inquisição.

A definição de “bruxa” é essencial, pois, caso contrário, cairemos no mesmo erro da Igreja Católica, que considerava absolutamente tudo e todos bruxas, e qualquer manifestação sobrenatural, demônios. Como disse o LF Veríssimo, “qualquer coisa pra que o caçador de bruxas apontar será uma bruxa”, que foi o que aconteceu na Idade Média, em que qualquer coisa poderia ser um indício de bruxaria em quem o carrasco quisesse condenar. Em geral, mulheres pobres, como parteiras e curandeiras, mas essencialmente mulheres, por causa do pecado de Eva (observe-se que ele praticamente inocenta o Adão – porque ela caiu na tentação do diabo e o seduziu) e porque mulheres seriam mais suscetíveis à sedução do diabo. 

Ressaltando que todas as bruxas Mayfair eram mulheres controladoras e/ou independentes, liberadas sexualmente – coisas que o cristianismo (e outras religiões e culturas patriarcais) simplesmente abominam – mas controladas por Lasher, o demônio. Observem que elas controlam as pessoas à sua volta mas são controladas por um homem – Lasher faz questão de salientar que é um ser masculino – exatamente como normalmente a sociedade trata mulheres bem sucedidas (“deu pra alguém”; “mal comida”; e por aí vai). O livro, infelizmente, ratifica essas coisas com o final ruim de que falei. 

Durante todos os livros, Aaron fala várias vezes que todas as culturas reconhecem espíritos e eles não são necessariamente ruins. Aliás, Lasher não pode ser considerado essencialmente ruim, mas um ser corrompido, segundo eu penso. Aaron também diz que a Igreja Católica sabe muito sobre eles, mesmo considerando todos demônios, o que é incorreto. Um exorcismo funciona para afastar espíritos e demônios, segundo ele.  A pergunta é: por que não tentaram exorcizar Lasher enquanto era tempo? Foram esperar o manolo virar gente pra tentar parar ele? 

Por último, ressalto que o livro corrobora para a visão satânica das bruxas e dos próprios espíritos, uma vez que quase todas as bruxas da família se aproveitam da sua situação privilegiada para dominar os outros, se preocupando apenas consigo mesmas (Julien, em espírito, conta para o Michael que ele e a mãe matavam escravos, filhos de escravos e etc para tentar devolver Lasher à vida). As que não fizeram isso, foram inteiramente dominadas pelo fantasma, que, por fim, acabou com as suas vidas. 


Aula especial de Halloween – EEB Olavo Cecco Rigon

 Ganhei uma vaga de ACT neste colégio de Concórdia (a mesma cidade em que nasci, coincidência ou destino?) por um tempo enquanto a professora titular da vaga se ausenta por motivos de saúde e decidi repetir a aula que demos no extraclasse no Colégio de Aplicação para os meus novos alunos, acreditando que isso pode fazê-los se interessar por leitura e poesia, e ainda aproveitando que estamos perto do Halloween para levar o tema para a sala de aula.  

Os alunos escreveram uma poesia macabra, cada qual um verso, e a poesia foi exposta para o resto do colégio ler.

O nosso cartaz ficou assim:

Zoom no poema:

Se alguém se interessar por ele, aqui está o arquivo que usei para fazê-lo:



(Imprimi em duas folhas A4)
E aqui estão as tags em que eles puseram seus nomes:
Elas ficaram tão grandes porque eu as imprimi numa folha A4. Dá pra imprimir duas vezes isso aí numa folha, ou até mais

Em vez de eles depositarem os papeizinhos em envelopes pretos, como no ano passado, fizeram-no em um caldeirão de plástico que comprei pra isso (depois, o caldeirão vai virar parte da fantasia de bruxa para as Monster High, mas isso já é outro assunto).


Ainda fiz uns pacotinhos com bala e chocolate, que eles ganharam ao fim da aula. (Isso é papel celofane roxo com fita de cetim preta)

 
Conteúdo dos pacotinhos (eram três balinhas):

Bom, é isso! Desejo um Feliz Dia das Bruxas a todos (divirtam-se e usem camisinha)!


A Draculaura é uma bruxa boazinha (faz uns feitiços de vez em quando, mas só pra entrar de graça na balada).


Ps: esse post já estava pronto na sexta, dia 31, mas a net caiu e não quis voltar.