Poucos contos e alguns trocados.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Livro: Coma, de Robin Cook

Imagem da Wikipedia. Depois tiro uma foto do livro que eu peguei

Quando ainda tínhamos o SIMATA! - há um bom tempo, na verdade -, a Andy postou sobre "como reconhecer um livro pela capa", em que ela elencava uma série de dicas para reconhecer os best sellers. Lembro vagamente delas, mas incluíam "nome do autor maior do que o do livro, seguido por outros livros que ele já tenha escrito", "capa muito bonita, para chamar a atenção" e outras coisas. Coma preenche vários desses pré-requisitos, então eu não dei muito para ele, quando o peguei, na biblioteca do Centro Espírita. 

Então, por que diabos tu pegou ele? A verdade é que o que me atraiu foi que, na contracapa do livro, dizia que o autor "usou seus conhecimentos de medicina para escrever o livro". E realmente, ele descreve muito bem os procedimentos médicos, a rotina e o interior do hospital, de modo que, muitas vezes, eu cheguei a não entender direito o que ele tava falando (porque ele usa muitos termos técnicos). De todo modo, é muito interessante ver alguém falando sem ser aquele monte de abobrinhas de enrolação que usam nos filmes (sabe quando um personagem fala bem rápido, explicando o que tá acontecendo? Ele não explica nada, só amontoa nomes técnicos). Ao final do livro, há umas palavras do autor em que ele, inclusive, indica artigos para quem tiver interesse em se aprofundar no tema!

Quanto ao enredo: nada muito original, claro. Afinal, tráfico de órgãos pra transplante é um tema que eu já devo ter visto em pelo menos dois outros livros, além de filmes e novelas. O livro, porém, é bem escrito (a linguagem é bem simples e direta) e o roteiro convence. A cena em que Susan é perseguida pelo assassino/estuprador contratado é bem intensa. (nota: adorei o final que ele teve)

Depois: o livro traz um subtema, sobre como as mulheres sofrem discriminação quando optam pela medicina. Eu achei isso muito legal. A garota, inclusive, faz praticamente tudo sozinha no livro. É ela quem suspeita de que algo está errado, é ela que vai investigar, é ela que procura ajuda nos superiores (sem encontrar, claro), etc, etc. O cara só fica desencorajando ela e naturalizando o preconceito que ela sofre. Claro que o livro tem umas "omices" - afinal, foi um homem que escreveu, e ele nem tem como saber o que passa na cabeça de uma mulher colocada na situação de Susan -, como, por exemplo, a parte que ela tem dificuldade de se assumir como mulher porque está num ambiente tipicamente masculino. Ele diz que ela "não se sente mulher". No final tem outra "omice" mas eu não vou contar pra não estragar o fim do livro.
Ele inclusive pesquisou sobre isso também.

Enfim. O livro vale a pena - por ter uma garota que é protagonista mesmo, não uma bond girl e nem uma heroína como a Lara Croft, que é só para agradar os punheteiros de plantão - e por ter sido escrito por alguém que conhece por dentro a medicina.

 


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