Poucos contos e alguns trocados.

sábado, 4 de abril de 2015

A Casa dos Espíritos - Isabel Allende


Peguei esse livro porque sempre tive vontade de conhecer a autora chilena (que nasceu no Peru), que é tão famosa. Peguei e comecei a ler no mesmo dia.

E o que eu achei? Viciante. Daqueles que tu simplesmente não consegue largar. Não que seja absurdamente bom, mas tem alguma coisa que prende, como o Cem Anos de Solidão, do Gabriel García Márquez. Talvez seja a linguagem (achei ambos com uma linguagem muito parecida, como se fossem escritos pelo mesmo autor).

Os dois livros têm temas bem parecidos, contando a saga de uma família ao longo do tempo. Paralelamente, os anos passam, surgem novas tecnologias, as cidades se desenvolvem, pessoas nascem, têm filhos, morrem. Também se narram vários desastres naturais, como chuvas torrenciais, secas e, no caso do A Casa dos Espíritos, um grande terremoto. Os dois até mostram uma praga de formigas. E agora me lembrei de que os dois trazem uma garota absurdamente bela, que hipnotizava os homens e era meio alheia a tudo.

No final,o livro se torna mais histórico, contando um pouco sobre o golpe e a ditadura militar no Chile. Na orelha do livro há uma citação da autora, afirmando que as informações são verídicas, resultados de reportagens que ela mesma realizou. O que me apavorou mesmo foi a semelhança do cenário político pré-golpe descrito no livro com o atual cenário político brasileiro. O mesmo terror do comunismo, o mesmo pensamento da elite e classe média, a mesma imprensa minando o governo, e até uma greve de caminhoneiros. Com a diferença de que nós, hoje, já sabemos como a história termina. 

Depois desse, eu li A Redoma de Vidro, de Sylvia Plath, em que a personagem principal tem o mesmo problema que Alba, uma das personagens de A Casa dos Espíritos. Ambas, em momentos importantes das suas vidas,  têm um sangramento vaginal intenso, que molha toda a sua roupa, chega aos pés e não quer parar. Esther, a personagem de Plath, sofre o sangramento após sua primeira vez e Alba, com o estresse de ficar sitiada pela polícia durante uma greve de estudantes. Deve ter ensaios e ensaios sobre isso por aí.

Outra coisa que me chamou a atenção é que, nos países hispanófonos, as pessoas têm o costume de repetir os nomes dos pais nos filhos. No Cem Anos de Solidão tu até se confunde, porque tu não sabe quem é quem. No A Casa dos Espíritos, quem se opõe a esse costume é Clara, que tinha o costume de anotar os acontecimentos em "cadernos de anotar a vida", dizendo que nomes repetidos causam confusão nesses cadernos. Por isso, sua filha se chama Blanca e sua neta, Alba. Ela dá um jeito de seguir a tradição sem confundir as suas anotações, usando sinônimos para nomear as crianças.

Ainda tou pensando se vale a pena pegar outro livro da autora pra ler. 

Adicionem esse livro na sua lista de desejos do Skoob, se quiserem.
 








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