Poucos contos e alguns trocados.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Livros - 8/04 a 22/04

Vou resenhar juntos os quatro livros que peguei na biblioteca no dia 8 de abril.

 

Um Corpo na Biblioteca - Agatha Christie


Cotação: curti.

O detetive principal da trama é uma mulher! Achei muito legal, porque normalmente livros/filmes policiais retratam o detetive como um homem, ou, no máximo, uma dupla, em que a mulher ocupa papel secundário. Miss Marple é uma velhinha solteirona com um raciocínio e capacidade de observações equivalentes aos do Sherlock Holmes (ou do Homem que Calculava). Ela é capaz de tirar conclusões baseada nas unhas da moça morta!!!

A trama é bem intrincada, cheia de personagens (chega até a confundir), mas a conclusão final é baseada em um dado que não é sequer sugerido no livro. Dessa maneira, tu simplesmente não tem como adivinhar o final, tem? Acho que nem com a capacidade de observação da Miss Marple. O fato é que eu já supunha algo parecido com o que aconteceu (só errei os personagens, e por causa desse defeito na narrativa).

 

Noite de Reis - Shakespeare e A Décima Segunda Noite - Luís Fernando Veríssimo

Cotação: "Não que eu queira me comparar a Shakespeare. Shakespeare era bem mais magro." (Luís Fernando Veríssimo)

Estou resenhando juntos porque o livro do Veríssimo é inspirado na comédia Shakespeareana, e ambos têm a mesma história. Basicamente, é a de uma moça que, separada do irmão gêmeo, Sebastião - por infelicidade - disfarça-se de homem para trabalhar e se apaixona pelo patrão, que a/o manda cortejar a Olívia, mulher por quem o patrão é apaixonado.

Que confusão, né? Isso tudo é pra ser engraçado. E é. Além da confusão central, acontecem outras, envolvendo o irmão gêmeo da moça (que é confundido com ela), o mordomo da Olívia - que acaba acreditando que a Olívia o ama, o "Lorde Bochecha" - sujeito que é apaixonado por Olívia e amigo do tio dela, Maria - criada ou tia de Olívia, dependendo a versão que se lê - e Antônio - amigo de Sebastião.

E ainda tem o Bobo (sempre tem um bobo nessas comédias) que virou o "Festinha" no A Décima Segunda Noite. Esses bobos são muito engraçados, embora todo o mundo os ache loucos, mas me parecem muito sãos. Eu tenho pra mim que, naquele tempo, tinha um povo que se fingia de louco só pra descolar um empreguinho.

No livro do Veríssimo, o narrador é um papagaio (!) que também se apaixona pela personagem central da comédia (!!), Violeta (que Shakespeare chama de Viola), e que cita Flaubert e Shakespeare o tempo todo (!!!). Tem um punhado de gente que não acha a menor graça nisso, mas eu acho hilário. Tem uma hora que ele fala "longe de mim me comparar ao xixi do Proust" hauahauah
Outra coisa bem engraçada nesse narrador-papagaio é que ele está falando pra um gravador, pra um bando de jovens que o entrevista. Os jovens não aparecem, mas ele conversa com eles. Tem horas que a fita acaba e ele fica "merda, de novo essa fita acabando"

O livro do Shakespeare também é engraçado, mas a linguagem é erudita demais, aí tu perde tanto tempo tentando entender o que tá escrito que nem dá vontade de rir (embora eu tenha rido de algumas coisas - não me lembro de quais, mas eu ri). Essa edição é da década de 50, e taqui a prova, pra quem não acredita:
Foi doado em 57, pensem.
 As traduções mais recentes são mais palatáveis. Me lembro um dia em que o professor de teoria tinha mandado a gente ler o Hamlet, e eu li a versão do Millôr Fernandes (recomendo essa) e uma colega minha tinha pegado uma tradução antiga (década de 50, por aí). Eu dei uma olhada no livro dela e não entendi patavinas! Shakespeare tem que ser numa linguagem de gente! O cara escrevia peças para serem representadas pra um bando de bêbados, ia ser muito erudito? Não ia.

Enfim. Achei que eu ia escrever horrores sobre os dois, mas não tenho muito o que dizer, afora que eu gostei, muito. E eu adotaria esse papagaio, de boas, só pra bater uns papos com ele.


A Cidade e as Serras - Eça de Queirós


Peguei esse livro só pra poder fazer essa piada

cotação: Esse aqui tá difícil de ler

Chegou o dia da entrega e eu não terminei. Não sei se vale a pena renovar.

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